Acabei de ler um livro incrível, chamado “The talent code” (O código do talento), de Daniel Coyle, no qual basicamente se contesta o senso comum de que algumas pessoas já nascem com um extraordinário talento, e alcançam resultados incríveis com pouco esforço.
A partir de extensas pesquisas de renomados cientistas como psicólogos, neurologistas, educadores e outros pesquisadores do UCLA, MIT, o autor nos mostra o que realmente faz com que qualquer pessoa possa desenvolver habilidades. E não é talento nato. Parece estranho? Claro, e a primeira reação de muita gente é de duvidar dessa tese.
O que me deixou muito entusiasmada com essa leitura foram os paralelos que pude fazer com o ensino de inglês, baseados em anos de experiência e em estudos anteriores. Apesar de o livro não falar nada especificamente sobre o aprendizado de uma segunda língua, ficou muito claro para mim porque certas abordagens e técnicas tem resultado muito melhor! Então vamos a elas!
Ignição
É o que faz a pessoa querer desenvolver uma habilidade, dando motivação para insistir no aprendizado, mesmo diante de dificuldades. No caso de inglês, essa ignição pode vir da vontade de entender músicas, interagir com pessoas, jogar videogames. E um bom professor também pode ajudar a inspirar seus alunos e criar neles essa faísca, fazendo que tenham prazer em aprender!
Prática intensa
Primeiramente, há uma explicação fisiológica para a necessidade de prática, relacionada à produção de mielina no cérebro. Fazendo um paralelo com os músculos, você só os desenvolve quando fazemos força, um esforço a mais, certo? É importante praticar muito, mas não se trata de repetir coisas fáceis.
Esforço
O aprendizado só acontece quando você tenta, sente dificuldade, tenta, erra, tenta de novo, até acertar! E faz isso até alcançar a habilidade desejada. Por isso cursos de línguas que só focam em repetição ou que prometem aprendizado sem nenhum esforço realmente não funcionam.
Exposição
Porém, antes mesmo de começar a praticar de fato, é importante termos bastante exposição à habilidade desejada. Por exemplo, um menino que quer ser jogador de futebol assiste atentamente a muitos jogos, prestando atenção em tudo que os craques fazem. No caso de aprender uma segunda língua, se expor aos sons através de músicas, filmes, e à leitura, com certeza vai te dar uma boa vantagem quando começar a estudar prá valer.
Correção
Outro fator importante é dividir o que você quer aprender em unidades pequenas, corrigindo os erros que vão aparecendo. Segundo o autor, se você quer aprender a tocar uma música, terá que dividi-la e estudar cada parte até acertar, para só depois tocá-la inteira, fluentemente. E essa forma de praticar diminui muito o tempo de aprendizado! Por isso, métodos que não oferecem ao iniciante uma prática controlada, com correção de erros, mas apenas conversação livre, vão levar a uma comunicação tão cheia de erros que um nativo não conseguirá entender!
O mestre
Fundamental para guiar os aprendizes a desenvolver seu máximo desempenho, eles são capazes de oferecer estímulos desafiadores na medida certa: nem tão fáceis que não levem ao crescimento, nem tão difíceis a ponto de frustrar e desestimular os alunos. Outra característica é a capacidade de perceber as necessidades de cada aluno e lidar com essas diferenças. No ensino de uma segunda língua, por exemplo, um professor pode corrigir um aluno extrovertido que comete erros, e por outro lado optar por não corrigir um aluno tímido da mesma forma, deixando que ele se solte primeiro.
Aplicando essas ideias à aprendizagem de idiomas
Abordagem comunicativa
Já existe um método de ensino de inglês que envolve esses aspectos. Na verdade é chamada de abordagem, não método, por ser baseada em princípios que podem ser utilizados em situações diferentes. Ou seja, não é um método fechado ao qual o aluno tem que se adaptar: o professor é que escolhe as técnicas mais apropriadas a cada aluno e etapa de aprendizado. Algumas de suas características são:
- Envolve o aluno na medida em que entende suas necessidades, motivando-o a ser um agente ativo no aprendizado, e não um receptor de conteúdos;
- Garante muita exposição à língua através de materiais autênticos: áudios, vídeos e leituras, além da interações entre os alunos;
- Apresenta conteúdos de forma gradual com prática controlada (não apenas repetição) e correção, o que lava à fluência com uso correto da língua;
- Requer formação completa do professor, dando a ele a ferramentas e liberdade de escolher as técnicas e atividades que facilitarão o aprendizado ao invés de treiná-lo um mero repetidor do conteúdo de uma apostila.
Então é impossível aprender sozinho ou através de um curso online por exemplo? Claro que não. Você deve conhecer alguém que conseguiu atingir um nível bem razoável (mas não realmente avançado) estudando sozinho. Para isso, é preciso de uma “ignição” própria, muita determinação para encarar muitas e muitas horas de prática com autocorreção, coisa que a grande maioria das pessoas não consegue fazer! Um bom professor pode te guiar a otimizar esse aprendizado e alcançar seus objetivos mais rapidamente!
Quer saber mais e praticar seu inglês? Assista esse vídeo!
https://www.youtube.com/watch?v=dY7QNxXbziA